Dia de Chuva
Júlio Ferraz
Hoje amanheceu e o Sol não veio
Mas mesmo assim abri as cortinas
Com cheiro de chuva
Invadia a minha casa a solidão
Abraçada pelas gotas que escorriam do telhado
Era de se esconder
Debaixo de um cobertor
De imaginar um dia inteiro ilhado
Cheirando a café
Buscando calor nos versos
Em um gesto puro, carinhoso
Dedicado aos amores que nunca morrem
No frio
São poemas de chorar de aflição
Perigosas tardes de recordações
Bilhetes e sonhos queimados para aquecer
A noite que chega devagar
Sem o brilho das estrelas
Ofuscadas por um temporal
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