Ó Pinheiro Meu Irmão
António Pelarigo
Ribeiro não corras mais
Que não hás-de ser eterno
O verão vai-te roubar
O que te deu o inverno
Até a lenha no monte tem sua
Separação
Duma lenha se faz santos e
Doutra lenha se faz carvão
Ando caído em desgraça
O que é que eu hei-de fazer
Todos os santos que pinte
Demónios têm que ser
São tão grandes minhas penas
Que me deitam a afogar
Vêm umas atrás das outras
Tal como as ondas andam no
Mar
Apanho e como as raízes
Que estão debaixo da terra
Só as ramas as não como
Porque essas o vento as leva
Ó pinheiro meu irmão, tu
Também és como eu
Também tu estendes em vão
Ó pinheiro irmão, teus braços
P’ro céu
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