Pedra da Sereia
Adrian Brito
Perdido na imensidão de um oceano de incertezas
Sozinho então a navegar
Flutuo sobre a água que me cerca
Com a intenção de me afogar
E o medo de ficar sozinho
Começa a tomar conta
Procuro o caminho de casa
Fugindo do frio que amedronta
Começo a pensar em tudo que eu já passei
E os mares que já naveguei
Se o barco naufragar e a bússola quebrar
Me leva a crer que eu vou ter
Vou ter que nadar sem poder me guiar
Não aguento mais nadar pra morrer na areia tão perto da fronteira
Eu não quero me entregar na pedra da sereia por mais que eu queira
Salve-se quem puder se abrigar dessa chuva com trovões que insiste em ficar
Salve o Sol que não quer se revelar nesse mar aberto que eu insisto em navegar
Daqui não vejo nenhum cais, um porto seguro, nem um farol
Nem mesmo sequer o Sol
E não adianta atirar a âncora
A profundidade não vai permitir
Na ponta da proa vejo o tempo virar
O mar calmo nunca fez bom marinheiro se virar
Prepara o braço pra nadar até não aguentar
Não vai ter bote pra te salvar
Não aguento mais nadar pra morrer na areia tão perto da fronteira
Eu não quero me entregar na pedra da sereia por mais que eu queira
Salve-se quem puder se abrigar dessa chuva com trovões que insiste em ficar
Salve o Sol que não quer se revelar nesse mar aberto que eu insisto em navegar
Navegar
Navegar
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